Quando uma mulher engravida ela precisa fazer alguns exames gestacionais durante o pré-natal. Todos eles são importantes para detectar a saúde do bebê e também da mamãe. As consultas de rotina de uma gestante giram em torno de avaliar seu peso, pressão arterial e circunferência abdominal. Assim como a realização de exames de sangue, urina, ginecológicos e ultrassonografias.
Exames gestacionais para mulheres com mais de 35 anos
No caso das gestantes com mais de 35 anos é pedido outros exames. Isso porque nesta idade pode haver mais riscos relacionados. Seu acompanhamento é realizado mais frequentemente. Nesta faixa etária também pode ser feita uma biópsia do vilo corial, amniocentese e cordocentese.
Primeiro trimestre
Geralmente, são feitos mais exames gestacionais no primeiro trimestre de gravidez. Nesta fase é essencial acompanhar a saúde da mulher. Já a partir do segundo trimestre são pedidos menos exames e estes são mais direcionados ao desenvolvimento do bebê.
Quais os Principais exames gestacionais
Na gravidez os exames gestacionais podem detectar alguma alteração relacionada com a criança ou se há riscos durante a gravidez ou no momento do parto. A seguir, vamos listar os principais exames.
Hemograma
Ele fornece informações sobre as células sanguíneas da mulher, como as hemácias e as plaquetas. Também são verificadas as células de defesa do organismo, que são os leucócitos. Além disso, o hemograma detecta infecções, que podem provocar uma anemia, por exemplo. Mas que pode ser tratada com o uso de suplementos.
Tipo sanguíneo e fator Rh
Neste exame é determinado o topo sanguíneo da mãe e o fator Rh, ou seja, se é positivo ou negativo. No caso de a mãe ter um fator Rh negativo e o do bebê for positivo, é porque ele herdou isso do pai. E quanto o sangue do bebê entra em contato com o da mãe, o sistema imune da mãe irá produzir anticorpos contra ele. Isso pode gerar uma segunda gravidez, que é a doença hemolítica do recém-nascido.
Portanto, é muito importante que este exame seja realizado logo no primeiro trimestre de gravidez. Assim as providências podem ser tomadas logo para evitar uma resposta imunológica exagerada.
Glicose em jejum
O exame verifica se há risco de desenvolvimento de diabetes gestacional. Ele deve ser feito no primeiro e segundo trimestres de gestação. O objetivo é acompanhar o tratamento e controle da diabetes, em caso de a grávida já ter sido diagnosticada com a enfermidade.
Já entre a 24ª e 28ª semana de gestação, o obstetra pode solicitar a realização do exame TOTG. Conhecido como teste oral de tolerância à glicose ou exame de curva glicêmica, ele é um exame mais específico para o diagnóstico de diabetes gestacional.
Infecções
Por outro lado, existem os exames gestacionais que detectam infecções por vírus, parasitas ou bactérias. Eles podem ser transmitidos ao bebê durante o parto ou interferir em seu desenvolvimento. Isso porque em alguns casos eles atravessam a placenta.
Além disso, se a mãe for portadora do vírus HIV é importante que o médico faça o acompanhamento frequente do vírus no organismo, e também ajustar as doses dos medicamentos.
Abaixo, segue a lista de principais infecções que devem ser avaliadas no período de gestação:
- Sífilis – causada pela bactéria Treponema pallidum, ela pode ser transmitida para o bebê durante a gestação ou no momento do parto, (sífilis congênita), que pode ser caracterizada por surdez, cegueira ou problemas neurológicos no bebê. Conhecido como VDRL, ele deve ser feito no primeiro e no segundo trimestre de gravidez;
- HIV – este vírus causa a Síndrome da Imunodeficiência Humana, a AIDS, e que pode ser passado para o bebê durante o parto. Portanto, é importante que a mulher seja diagnosticada, a carga viral seja verificada e o tratamento seja ajustado;
- Rubéola – doença causada por vírus da família Rubivirus e que quando adquirida durante a gravidez pode resultar em malformações do bebê, surdez, alteração nos olhos ou microcefalia. Neste caso, é vital que exames sejam feitos para identificação do vírus durante a gravidez;
- Citomegalovírus – esta infecção pode trazer consequências ao desenvolvimento do bebê, o que pode ocorrer quando a mulher não tem o tratamento iniciado e o vírus consegue passar para o bebê através da placenta ou durante o parto;
- Toxoplasmose – doença infecciosa causada por um parasita que pode representar riscos graves ao bebê quando a infecção acontece no último trimestre de gravidez. Sendo assim, é importante que a mulher tenha cuidados para evitar a infecção, assim como realizar o exame para iniciar o tratamento e prevenir complicações;
- Hepatite B e C – doenças infecciosas provocadas por vírus que também podem ser transmitidas ao bebê, podendo provocar parto prematuro ou bebê de baixo peso.
Vale reforçar que estes exames devem ser realizados no primeiro trimestre e repetidos no segundo e/ou no terceiro trimestre de gestação, conforme orientação do obstetra. Já no terceiro trimestre, entre a 35ª e a 37ª semana de gestação, a gestante deve fazer o exame para pesquisa do estreptococo do grupo B, o Streptococcus agalactiae. Esta é uma bactéria que integra a microbiota vaginal da mulher. Entretanto, dependendo da sua quantidade pode representar risco ao bebê no momento do parto.
Urina e urocultura
Conhecido como EAS, o exame de urina ele identifica a infecção urinária, que é frequente durante a gravidez. E também é pedido o de urocultura, que é realizado principalmente quando as mulheres relatam sintomas de infecção. Portanto, ele verifica qual é o microrganismo responsável pela infecção.
Ultrassom
É através do ultrassom que o médico e a gestante acompanhem o desenvolvimento do bebê. Ele é realizado para identificar a presença do embrião, o tempo da gravidez e ainda ajuda a definir a data do parto. Além disso, é por este exame que é possível acompanhar os batimentos cardíacos do bebê, e sua posição dentro da barriga.
Conforme orientação do obstetra, o ultrassom deve ser feito em todos os trimestres da gravidez. Já o ultrassom morfológico permite visualizar o rosto do bebê e identificar doenças.
Exames ginecológicos
Por fim, a função dos exames ginecológicos tem o objetivo de avaliar a região íntima da gestante. Além disso, pode ser indicada ainda a realização do exame preventivo, conhecido como Papanicolau, para verificar a presença de alterações no colo do útero, que podem ser indicativos de câncer, por exemplo.
*Foto: Getty Images